Apresentando o Paraíso de Dante

Cristina Monteiro de Castro Pereira (UERJ)

 

Dante Alighieri constrói a sua Commedia de modo que a forma e o conteúdo permaneçam intrinsecamente unidos, transformados um no outro. Walter Benjamin, em seu ensaio “Dois poemas de Friedrich Hölderlin”, denomina essa relação metamórfica do “sensível e do espiritual” um dictamen.

Atravessando o Inferno e o Purgatório, salientaremos a pertinência de alguns dos dictamens aí produzidos, que ressaltam e intensificam a possibilidade não apenas da compreensão do leitor, mas também e principalmente de sua experiência estética. O processo se complica no Paraíso, local da matéria inefável e diáfana. Como transformar em palavras a morada de Deus? Aqui nos deteremos por mais tempo, investigando a construção material da obra, as escolhas e criações lexicais, sintáticas e morfológicas do poeta para tornar concreto para seus leitores algo que resiste à representação.

 

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