As Estratégias de Cortesia
no Rio de Janeiro Setecentista
as cartas do Marquês do Lavradio

Célia Regina dos Santos Lopes (UFRJ)
Leonardo Lennertz Marcotulio (UFRJ)

 

Este estudo objetiva analisar as formas de tratamento de base nominal e pronominal encontradas em uma amostra constituída por cartas informais, escritas pelo Marquês do Lavradio, no Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII.

Parte-se de uma análise quantitativa de natureza variacionista (Labov, 1994) e qualitativa de natureza sócio-pragmática (Brown & Gilman, 1960; Brown & Levinson, 1987; Ribeiro & Garcez, 2002; Bravo & Briz, 2004) na tentativa de controlar as situações interativas interpessoais e transacionais entre remetente e destinatários. Alguns princípios funcionais sobre o fenômeno da gramaticalização discutidos por Hopper (1991) e Heine (2003) serão levados em conta para explicar o processo evolutivo de Vossa Mercê para você. Pretende-se ainda:

a) identificar os contextos lingüísticos e extralingüísticos que condicionam os usos das formas de tratamento;

b) verificar se as estratégias de tratamento utilizadas nas cartas são as mesmas localizadas em corpora diversificados dos séculos XVIII e XIX (peças de teatro popular brasileiras e portuguesas e cartas oficiais e não-oficiais escritas), segundo os trabalhos de Lopes & Duarte (2003), Silvia & Barcia (2002 e 2002a), Rumeu (2004) e Machado (2003) demonstraram;

c) evidenciar se o sincretismo entre a segunda e a terceira pessoas, que acaba por se estabelecer em português, já ocorria nas cartas setecentistas escritas por um português residente no Rio de Janeiro, como observado por Machado (2003) e Marcotulio (2005).

 

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