COMO VAI A SINTAXE DO PORTUGUÊS
NAS ESCOLAS BRASILEIRAS?

Mayra Cristina Guimarães Averbug
(ISERJ-FAETEC, UFRJ)

 

Em que costuma basear-se o professor de português, em tempos de variação e mudança? Em sua prática, apóia-se nas prescrições da gramática tradicional e na descrição de estruturas e prioriza a análise sintática? Monitora os desvios dos estudantes sistematicamente?

Ou, por outro lado, conscientiza-se da fase de mudanças sintáticas, em estágio avançado na fala, por que passa o nosso português? E, por essa razão, aproveita o cabedal lingüístico de seus alunos, as habilidades e os avanços já alcançados antes de ingressarem na escola, acrescentando-lhes as informações de que não dispõem?

Para Kato (2005), no Brasil, “ao contrário do que ocorre em Portugal, a gramática da fala e a “gramática” da escrita apresentam uma distância de tal ordem que a aquisição desta pela criança pode ter a natureza da aprendizagem de uma segunda língua.”

Para discutir tais fenômenos, serão apresentados os resultados sobre as mudanças sintáticas que atuam sobre o sistema pronominal do PB, mais especificamente, na função de sujeito, objeto direto e indireto, a partir de duas amostras: narrativas escritas de cem alunos de Ensino Fundamental, Médio e Superior e 75 crônicas de jornais cariocas. Em relação ao parâmetro de sujeito nulo, por exemplo, o PB aproxima-se mais de línguas de sujeito obrigatório, como o inglês e o francês, do que do português europeu, do espanhol e do italiano.

Pretende-se verificar até que ponto certas variantes já se encontram implementadas também na escrita; discutir a distância entre “norma objetiva” e “norma subjetiva; propor a adoção de uma nova postura pedagógica.

 

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