Elementos de teoria e prática
da edição crítica

José Pereira da Silva (UERJ e ABRAFIL)

 

A edição crítica é o resultado prático resultante da disciplina teórica Crítica Textual, geralmente executada como atividade filológica, apesar de nem sempre feita por filólogos.

Praticada pelos filólogos da Biblioteca de Alexandria, quase três séculos antes de Cristo, tornou-se uma ciência moderna a partir dos trabalhos de Karl Lachmann, especialmente sintetizados na introdução a sua edição crítica do livro De Rerum Natura, do poeta Lucrécio, publicada em 1850.

A crítica textual leva em consideração três fases principalmente: a recensão (através da qual se buscam e se confrontam os textos de que se tem notícia), a estemática (através da qual se classificam as cópias ou edições e se escolhem os textos de  base) e a correção, que pode ser fundamentada nos próprios textos ou nas conjeturas do editor.

Preparado assim, o editor crítico organiza o texto para publicação, redigindo um prefácio ou introdução metodológica em que se esclarecem toda a sua atividade filológica, o texto apurado seguido do aparato crítico, podendo acrescentar ainda: glossário, anexos, índices e bibliografia.

Não há como estabelecer detalhadamente todos os elementos necessários ou indispensáveis em uma edição crítica, pois ela poderá ser muito ou pouco detalhada e profunda, dependendo principalmente do público a que se destine.

Apesar de não ser a atividade que tenha ocupado maior parte do tempo de Antenor Nascentes, ele preparou a Edição Crítica das Poesias Completas de Laurindo Rabelo em 1963.

 

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