Ensino do português a deficientes auditivos
estímulos e desafios

Luciana Guedes (UFF)

 

Neste trabalho, busco encontrar formas de garantir a aprendizagem da leitura e da escrita, fundamentando a prática pedagógica numa visão socio-interacionista da linguagem (CARDOSO, 2003), tendo utilizado como corpus os textos produzidos pelos alunos surdos nas oficinas do projeto “Ensino do português normativo e incentivo à leitura na busca da interação e inclusão social: Oficina de língua portuguesa e literatura brasileira” realizado no Centro de Estudos Supletivos – NACES Cidadania – Niterói. Todos os alunos da oficina eram adultos e alfabetizados, cursando o segundo ou o terceiro ano do Ensino Médio.

Neste estudo não parti de um corpus quantitativo, analisando-o e chegando a conclusões definitivas sobre como um surdo aprende o português ou sobre o porquê comete estes ou aqueles erros gramaticais, meu objetivo ao identificar e classificar as dificuldades mais comuns e as características gerais do discurso foi capacitar-me para ajudá-los, de forma mais eficaz, a compreender as estruturas da língua portuguesa e conseguir ler e escrever a contento.

Reconheci que para ensinar qualquer coisa, especialmente uma língua, a deficientes auditivos é imprescindível despirmo-nos dos preconceitos e imediatamente compreender que eles são capazes, respeitando suas limitações, que são físicas, não intelectuais. Trabalhando com isto em mente, colhi resultados fantásticos – alunos estimulados, determinados a continuar a aprender o português e suas nuanças, dispostos a conhecer novos mundos através da leitura e, principalmente, com a auto-estima elevada, conscientes de que são indivíduos produtores de sentido.

 

...........................................................................................................................................................

Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos