Entre a norma padrão
e a norma culta escrita
uma análise dos usos lingüísticos
em luis fernando veríssimo

Jorge de Azevedo Moreira (UFRJ)

 

Calcada numa longa tradição gramatical, a chamada norma padrão impõe modelos conservadores, que ignoram a evolução da língua, mesmo em sua modalidade escrita, e rejeitam usos lingüísticos consagrados por redatores e autores contemporâneos. Revela-se, assim, de grande importância o estudo das reais tendências da escrita culta do Português do Brasil, nem sempre coincidentes com os preceitos da norma padrão. Para esse fim, valemo-nos da análise de três obras Luis Fernando Verissimo, um dos autores brasileiros mais lidos de nossa contemporaneidade: Sexo na cabeça. (coletânea de crônicas); O opositor (romance) e Internacional: autobiografia de uma paixão (documentário). Nessas obras, avaliamos tanto elementos conservadores quanto inovadores no que se refere ao padrão normativo.  Do primeiro grupo, destacamos a presença dos clíticos acusativos, os usos pronominais canônicos e a preferência do verbo haver sobre ter, com valor existencial.  Do lado inovador, apreciamos a colocação pronominal, a utilização não-normativa da partícula se e o uso do pronome você como indeterminador.

 

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