ESTRATÉGIAS DE RELATIVIZAÇÃO
NA ESCRITA PADRÃO
DO PORTUGUÊS BRASILEIRO E EUROPEU

Elenice Santos de Assis Costa de Souza (UFRJ e UFRRJ)

 

Sabe-se que há, na língua portuguesa, três estratégias de relativização: uma gerada por movimento (a considerada padrão), outra por apagamento (cortadora) e uma terceira denominada do pronome lembrete ou cópia (copiadora), sendo a última estigmatizada em alguns contextos. Dentro desse quadro, é de se esperar que a primeira estratégia citada seja a privilegiada nas práticas de ensino do vernáculo em detrimento das outras, embora não seja a mais usada na modalidade falada da língua, como já foi comprovado por várias pesquisas. O presente estudo correlaciona-se à hipótese de que a língua portuguesa vernacular é uma, e a língua portuguesa (escrita) ensinada nas escolas é outra. Assim, não é difícil constatar que a estratégia preconizada pelas gramáticas normativas e pelos manuais de redação e estilo, quando é apre(e)ndida pelos nossos estudantes, processa-se com dificuldades visto que não faz parte do seu vernáculo. Com base em dados coletados de textos atuais da imprensa escrita dos dois países, buscou-se a confirmação dessa hipótese acrescida do pressuposto de que não haveria diferenças profundas nessa modalidade da língua entre as duas variantes (PE e PB) no que diz respeito à relativização, já que a escrita, sendo mais conservadora, apresentaria poucas ocorrências das estratégias cortadora e copiadora tanto em Portugal quanto no Brasil.

 

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