Expressões idiomáticas no uso denominativo
Paradigmas etno-lingüísticos

Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)

 

A temática geral desta Mesa trata de conceituações abrangentes, aparentemente de fácil alcance comum, cujo objeto de investigação é o próprio homem do país. Mas aí está a dificuldade, quando o pesquisador sai da “semântica de superfície” e entra na “semântica de profundidade”, segundo o proposto por Ricoeur, acompanhado por Geertz e Levi-Strauss, em seus respectivos campos de atuação. Para se entender, assim, a percepção de conjunto sugerida pelo tema, ou seja, a base lingüística de uma fraseologia discursiva e o processo identitário conseqüente, deve-se buscar não só a forma expressiva do sintagma; que pressupõe a ação de um fazer/agir com o sentido nacional (dizer). “Dizer” e “agir” são os pressupostos teóricos de uma conceituação analítica e de uma pragmática necessária à interação da cultura no campo dos valores construídos, objetivamente, por meio de um léxico específico (Geertz, 1973). O dizer lexical será, portanto, o caudário das expressões vocabulares, que se constituem em marcas capazes, ou não, de transcender o espaço físico-material de seu aparecimento. No sistema denominativo que pesquisamos (Projeto ATB – Atlas Toponímico do Brasil), em macro-estrutura territorial, o desafio previsto é a identificação entre o resultado e a causa e entre a formação identitária do nomeador, cidadão brasileiro, e o modo pelo qual ela se representa,sintagmaticamente.

 

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