Introdução, dois ou três parágrafos
de desenvolvimento e conclusão:
passei no vestibular?

Ana Cristina Malfacini (UniFOA)

 

Durante muito tempo, o ensino da dissertação argumentativa foi preterido nas escolas em função de um contexto histórico vigente: não era interesse do governo a formação de um grupo de alunos críticos que refletissem sobre suas próprias palavras. Na atualidade, com a crescente projeção da mídia – inclusive de seus modelos alternativos de produção textual, como os blogs – e do corrente fluxo de informação, o que se vê são outros problemas... ou terá a escola da censura atingido seus objetivos?

Com isso, a proposta dessa comunicação é apontar os problemas freqüentes na composição desse gênero vistos sob o foco dos critérios exigidos para garantir a proficiência do aluno no exame vestibular, ao fim da Educação Básica. O que se tem como hipótese é que não há uma sistematização bem definida sobre aquilo que compõe um bom texto dissertativo - ou melhor, há ordens de prioridade diferentes de acordo com o avaliador. Em meio a observações de forma e conteúdo, o que se vê são ora redações “ocas”, com estrutura bem definida e conhecimento da língua padrão, ora são vistas redações críticas em que a forma é preterida em confronto ao conteúdo do que se escreve. Raramente alcança-se o meio termo.

Diante de tantas diferenças, cabe a análise: temos, na condição de professores, como oferecer garantias de que nossos alunos obterão resultados eficientes em seus exames vestibulares? Como ensinar um gênero tão heterogêneo diante de exigências tão específicas para cada banca?

Com base em questionários etnográficos e análise de textos de alunos, discutiremos até que ponto produzimos nosso papel docente... ou somos apenas reprodutores do sistema.

 

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