LA CIOCIARA DE ALBERTO MORAVIA
OU A CIOCIARA DE JOSÉ ANTONIO MACHADO?

Maria Franca Zuccarello (UERJ, UFRJ e USP)

 

Baseando-nos em teóricos de tradução, tencionamos analisar parte da tradução feita por José Antonio Machado em 1973, isto é, trechos do IX capítulo – a nosso ver um dos mais poéticos, apesar de sua terrificante realidade – do livro La Ciociara, de Alberto Moravia.

Pretendemos, inicialmente, falar sobre os questionamentos do fazer tradutório baseando-nos principalmente em estudos sobre Walter Benjamim, tais como The task of the translador[1] e outros. Em um segundo momento, veremos como A Ciociara de José Antônio Machado traduziu La Ciociara de Alberto Moravia. 

A escolha do escritor italiano Alberto Moravia – aliás, Alberto Pincherle, seu verdadeiro nome – deve-se ao fato de ser ele um dos autores italianos mais traduzidos e lidos no Brasil e de ocupar um lugar de primeiríssimo plano na narrativa italiana do século XX. É ele considerado um dos primeiros existencialistas da literatura ocidental, pois seu trabalho aborda, com grande ênfase, os temas que, de alguma forma, definem o existencialismo, ou seja, a importância da existência individual, da subjetividade, da liberdade que cada pessoa tem para escolher suas alternativas e os conflitos decorrentes de tais escolhas.

A protagonista principal do livro é a guerra, verdadeira responsável dos fatos que tecem a história das duas mulheres, personagens principais do livro, e As duas mulheres foi o nome que esta história adquiriu quando foi “traduzida” para o cinema.

 


 

[1] BENJAMIM, Walter. The task of the translador. In: SHULTE, R., Briguener, J. (Ed.) Theories of transalation: an anthology of essays from Dryden to Derrida. Chicago: University of Chicago Press, 1992.p.71-82

 

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