O DUELO DOS PODEROSOS:
UM ESTUDO DA METÁFORA CONCEITUAL
NO DISCURSO JORNALÍSTICO

Silvana S. Eduardo (UFF)

Este trabalho objetiva averiguar a presença e a produtividade da metáfora conceitual de GUERRA no discurso jornalístico, referente a matérias relacionadas à recente crise política por que passou a alta cúpula do governo brasileiro .

O que nos motivou a transformar as matérias jornalísticas em objeto de análise foi o fato de a imprensa ser vista como aquela cuja função seria deflagrar “a verdade do fato”, utilizando, com esse intuito, uma linguagem clara, objetiva, direta e precisa.

De fato, a questão da verdade é extremamente importante em nossa vida cotidiana, haja vista que baseamos nossas ações naquilo que pensamos ser verdadeiro. Ela fundamenta-se na compreensão e é sempre relativa a um sistema conceitual humano. Se, como defendem Lakoff & Johnson (2002), tal sistema é, em grande parte, metafórico por natureza, não há verdade inteiramente objetiva, incondicional ou absoluta, como quer-nos fazer crer o mito do objetivismo, pressuposto pelo discurso jornalístico.

Tradicionalmente a metáfora é vista como uma figura de linguagem, uma categoria lingüística especial do discurso – e,  portanto, que deve ser evitada na linguagem comum. Entretanto, tal visão tem sido questionada, principalmente em função dos estudos de Lakoff & Johnson (2002:45), que defendem que a metáfora é uma figura do pensamento, possuindo, indiscutivelmente, uma natureza conceitual. Eles entendem que, além de ser um importante instrumento do nosso aparato cognitivo, ela é essencial para a compreensão do nosso mundo, da nossa cultura e de nós mesmos – e, por isso,  extremamente presente na linguagem verbal cotidiana.

 

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