O sujeito pronominal de terceira pessoa
um estudo em tempo real

Ângela Marina Bravin dos Santos (UFRJ)

Este é um trabalho variacionista sobre a mudança em tempo real de curta duração, que focaliza o sujeito anafórico de terceira pessoa, com base em amostras da fala culta do Rio de Janeiro, gravadas nos anos 70 e 90, com um intervalo de cerca de 20 anos. Dois tipos de estudos foram realizados: um estudo de painel, que examina o desempenho do indivíduo em dois momentos distintos, e o estudo de tendência, que investiga duas amostras de fala da mesma comunidade colhidos no mesmo intervalo. Os resultados apontam instabilidade no comportamento do indivíduo e notável estabilidade na comunidade, atestada não só na freqüência de uso do pronome mas nos fatores selecionados para ambas as sincronias: a estrutura e a posição do antecedente, a animacidade do referente e o tipo de verbo que aparece na estrutura. Uma comparação com o português europeu e o moçambicano exibe comportamentos opostos e permite concluir que o PB pode não ser (ainda) uma língua de sujeito pleno (ou negativamente marcada em relação ao parâmetro do Sujeito Nulo), mas certamente não é (mais) uma língua de sujeito nulo prototípica.

 

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