O lugar do barroco
na historiografia literária brasileira

Fernanda Shcolnik (UERJ)

 

O presente trabalho irá tratar do problema do anacronismo cometido pela historiografia literária brasileira em relação ao período conhecido como “Barroco”. Pretendo abordar, aqui, a equivocada classificação do momento literário seiscentista segundo pressupostos de um outro período histórico, os quais acabam por desconsiderar o contexto específico do tempo de enunciação das obras que fazem parte do século XVII. A perspectiva romântica, originária da conhecida e ainda vigente divisão da nossa historiografia literária em categorias, as chamadas “épocas” ou “escolas” literárias, acaba contribuindo para uma visão deturpada do “Barroco” quando o submete a uma análise de cunho evolucionista e nacionalista, preceitos não vigentes nas manifestações literárias do período colonial brasileiro. Sendo assim, como conseqüência da crítica à perspectiva teleológica e evolutiva de história tomada por esses críticos, pretendo adequar o “Barroco” ao modelo estritamente mimético / retórico, orientado por valores teológicos e políticos, seguido pelos produtores de discursos no século XVII, na tentativa de “devolver” o período em questão ao seu devido lugar.

 

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