OS MODALIZADORES EM –MENTE
NO TEXTO JORNALÍSTICO DE OPINIÃO

Christiana Lourenço Leal (UFRJ)

 

Atualmente, tem se tornado impossível dissociar gramática e discurso. Inclusive por isso, algumas classificações tradicionais têm sido revistas. Uma delas diz respeito ao que as gramáticas tradicionais chamam de advérbios de modo.

Em uma frase do tipo “Infelizmente, o presidente não compareceu à reunião internacional”, “Infelizmente” seria classificado, tradicionalmente, como um advérbio. Isso porque, do ponto de vista morfológico, esta palavra é invariável e, do ponto de vista sintático, ela se encaixaria em um tipo especial de advérbio que não estaria modificando nem um verbo, nem um adjetivo, nem um outro advérbio, mas toda a sentença. Semanticamente falando, “Infelizmente” estaria revelando a opinião do enunciador quanto à sentença proferida.

Seria, este elemento, um modalizador discursivo.

São diversos os estudos sobre modalizadores. Há os que já os subclassifiquem e há aqueles autores que os tratem de uma forma geral. Neste presente trabalho, tentaremos propor, com base nos freqüentes estudos sobre modalização no discurso, uma subclassificação para os exemplos recolhidos no que diz respeito à intencionalidade da modalização dos advérbios em –MENTE nas Cartas dos Leitores recolhidas do jornal O Globo entre os dias 14 de setembro de 2005 e 07 de outubro de 2005.

 

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