OS NOMES REFERENCIAIS DA SÃO PAULO ORIENTAL

Alessandra Martins Antunes (USP)
Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick
(USP)

 

A designação de um nome que singularize um determinado espaço em detrimento a outros, além das razões oficiais que atualmente levam a sua realização, representa o seu (re)conhecimento como integrante das funções sociais por parte da comunidade de falantes. No caso de ocupações graduais do lugar, a pesquisa diacrônica em Toponímia leva à identificação de uma fase intermediária deste fenômeno, entre a tomada do espaço em si e o estabelecimento de um topônimo propriamente dito, da mudança de categoria de substantivo comum para substantivo próprio. Neste momento, encontramos comumente elementos do entorno destacados e inseridos em enunciados para identificação dos lugares, inseridos num sistema de denominações espontâneas baseado em elementos da flora e da topografia local, nomes antigos, muitos de procedência indígena, e referencializados para os grandes descampados. Contudo, o que o configurará em um nome próprio é a sua aceitação pelo grupo, concomitante, em geral, a sua redução a, no máximo, três lexias, salvo raríssimos casos. Nesta comunicação, apresentaremos os nomes referenciais da São Paulo Oriental, região a leste do núcleo paulistano, registrados entre os anos de 1852 e 1856 nos Registros de Terras, resultado de pesquisas de nossa tese de doutoramento, integrante do Projeto Atlas das Cidades (Dick, 1990), e estabeleceremos discussão acerca dos elementos que permaneceram ou não como identificadores.

 

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