PRECONCEITO LINGÜÍSTICO E EXCLUSÃO SOCIAL:
A SOCIOLINGÜÍSTICA
COMO UMA CIÊNCIA INCLUSIVISTA

Helio Ferreira Orrico (UENF e UERJ)
Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ)

 

O presente trabalho aborda os estudos voltados para o contexto da inclusão social a partir de aspectos ligados ao preconceito lingüístico vivenciado no cotidiano escolar. Neste espaço, muitas vezes desconsideram-se os aspectos diatópicos e diafrásticos das variações lingüísticas, que influenciam os contextos avaliativos dos alunos e, conseqüentemente, seus rendimentos acadêmicos. Dialogaremos com autores da sóciolingüística, mais especificamente com William Labov. Para argumentar a favor de um contexto educacional inclusivo, tratamos a inclusão educacional em dois sentidos: um primeiro que aborda os aspectos diatópicos e diafrásticos da língua e outro que discute especificidades ligadas às dificuldades de linguagem. Tendo em vista a discriminação pelo uso de variações lingüísticas, ou ainda por uma condição de fala ou escrita alterada por condições orgânicas, a pessoa com deficiência é dupla ou triplamente discriminada. Neste sentido, a pesquisa em questão aponta a inclusão social no sentido amplo. Argumentamos a favor do uso de uma norma culta que considere a existência de variações lingüísticas e ainda no entremeio a existência de condições orgânicas que se constituem caraterísticas diversas de fala e escrita,  constituindo um mosaico. O uso da norma culta convive com condições de fala e escrita singulares, uma diversidade social que é real no contexto da escola .Não defendemos o abandono do uso da norma culta, o que é indefensável; como também não negamos a existência e influência de variantes lingüísticas e de condições físicas, mentais ou sensoriais que repercutem nos contextos de língua e linguagem.

 

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