PROCESSOS DE MONITORAMENTO
DO FALANTE E DO OUVINTE
NA INTERAÇÃO SIMÉTRICA

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)
Fernanda Mioransi (UEL)
Frank Seiji Tame (UEL)

 

As características básicas da língua falada (o planejamento local, o envolvimento entre os interlocutores, a criação de um espaço comum por eles partilhado) fazem com que, nessa modalidade de realização lingüística, os interlocutores exerçam um monitoramento contínuo da própria fala, assim como da fala e das reações dos seus interlocutores. Nos diálogos simétricos, os processos de monitoramento ou controle tornam-se particularmente relevantes, dada a proximidade entre os interlocutores e a troca de posições (falante e ouvinte). Nesses diálogos, aliás, os citados processos estão diretamente ligados à definição dos papéis conversacionais, à participação dos interlocutores e a construção da auto-imagem pública dos mesmos. Este trabalho discute a presença dos citados processos em diálogos simétricos e divide-se em três partes. A primeira é dedicada à exposição dos conceitos que embasam o trabalho (interação, monitoramento, preservação da face). Na segunda parte, apresentam-se os processos de monitoramento do falante, divididos em auto-monitoramente (paráfrases, correções, parênteses) e monitoramento ao ouvinte (marcadores de busca da aprovação discursiva, do né?, entende?, sabe?). Encerram o trabalho considerações referentes ao monitoramento do ouvinte, realizados por breves intervenções, com a finalidade de comentário, resumo, antecipação, reforço, entre outros. O corpus do trabalho é constituído por inquéritos do tipo D2 (diálogos entre dois informante), pertencentes aos arquivos dos Projetos NURC/SP e NURC/RJ.

 

...........................................................................................................................................................

Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos