UM ESTUDO GEOLINGÜÍSTICO
DE ASPECTOS SEMÂNTICO-LEXICAIS
DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE ILHABELA
LITORAL NORTE DE SÃO PAULO

Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP)

 

Esta comunicação tem por objetivo mostrar um estudo geolingüístico de aspectos semântico-lexicais do falar dos caiçaras que vivem nas comunidades tradicionais do município de Ilhabela, litoral norte do Estado São Paulo.

 Nessas comunidades, localizadas em lugar de difícil acesso, vivem grupos culturalmente diferenciados, historicamente reproduzindo seu modo de vida, em estreita dependência do meio natural para a sua subsistência e utilizando os recursos naturais de forma sustentável.

O método geolingüístico, utilizado nessa pesquisa, permite a reconstituição da história de palavras, de suas vias de difusão, de flexões, de agrupamentos sintáticos e de antigas camadas da língua, segundo a repartição dos tipos geográficos atuais. Esse resgate torna-se possível por meio da aplicação de um questionário previamente elaborado a determinados sujeitos e pela elaboração de cartas, onde as respostas são registradas e pelas quais podemos, então, obter o mapeamento das variantes lingüísticas.

 Investigamos quatro comunidades, ou seja, quatro pontos, tendo sido entrevistados seis sujeitos, na faixa etária de 50 a 65 anos. Não foi exigido um determinado nível de escolaridade. Realizou-se pesquisa in loco e foi utilizada a subárea Flora do QSL - questionário semântico-lexical do Projeto ALiB – Atlas Lingüístico do Brasil.

Os dados obtidos foram registrados em fitas cassetes e transpostos para uma planilha do aplicativo Excel da Microsoft. As variantes foram analisadas e posteriormente documentadas em cartas temáticas, possibilitando uma visualização da distribuição do fenômeno na região estudada.

Observamos lexias de freqüência elevada que aparecem em todos os pontos, representando elementos comuns aos falantes da região pesquisada e indicando o dialeto da região.

 

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