UMA VISÃO COMPARADA
DA LÍRICA ITALIANA E GALEGA MEDIEVAIS

Delia Cambeiro (UERJ)

 

No século XII, na Provence, região do sul da França, nasce a moderna literatura européia, pelos versos de trovadores que espalharam cantos de amor, alegria, mas também de angústia, pela falta do objeto amoroso. Esses poetas e músicos foram grandes senhores ou simples caminheiros/vagantes do mundo medieval. Por aproximadamente dois séculos, fomentaram com seu estilo, saber e conhecimento poéticos, também deram brilho à vida intelectual nas cortes do ocidente europeu e principalmente aperfeiçoaram uma estética nova, a arte de trovar. Com esta arte, ao mesmo tempo preocupação criadora e expressão amorosa, a mulher – a dama – é colocada no centro do texto lírico, configurando-se um movimento circular baseado em trovar para amar/amar para trovar. Na Europa ocidental, influenciada pela lírica occitânica, a Galiza e a Itália, entretanto, souberam dar luz própria à constelação da poesia vinda das cortes do sul da França. Esse breve trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão comparada da estratégia poética utilizada na expressão do amor e na configuração da mulher, na lírica de trovadores da Galiza e da Itália, dos séculos XII e XIII.

 

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