A LINGUAGEM COMO TRAÇO ESSENCIAL DO HOMEM:
A
PESQUISA GEOLINGÜÍSTICA

Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP)
Adriana Cristina Cristianini (USP e UNIBAN)

 

Considerações iniciais

A Pátria não é a raça, não é o meio,
não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos:
é o
idioma criado ou herdado pelo povo.

(Olavo Bilac)

 

O estudo da linguagem humana sempre despertou curiosidade e interesse nas mais diferentes culturas e sociedades em todos os períodos históricos, dada a sua importância em registrar todas as possíveis variações, sejam elas, diacrônicas, sincrônicas, diatópicas, diafásicas ou qualquer outra que venha a ser objeto de estudo de pesquisadores.

Quando buscamos encontrar uma realidade social, encontramo-la no universo da língua, pois é através dela que visualizamos o universo antropocultural de um determinado grupo. Segundo Saussure, (1959: 103) “é o vocabulário que reflete mais diretamente o meio ambiente físico e social dos que falam”.

É importante acrescentar que as mudanças ocorrem com maior freqüência no campo lexical, pois é aqui que se manifesta lingüisticamente a expressão do meio social que está em constante variação.

Ao estudarmos o léxico, concordamos com Vilela (1994: 6) que afirma que:

O léxico é a parte da língua que primeiramente configura a realidade extralingüística e arquiva o saber lingüístico duma comunidade. Avanços e recuos civilizacionais, descobertas e inventos, encontros entre povos e culturas, mitos e crenças, afinal, quase tudo, antes de passar para a língua e para a cultura dos povos, tem um nome e esse nome faz parte do léxico. O léxico é o repositório do saber lingüístico e é ainda a janela através da qual um povo o mundo. Um saber partilhado que apenas existe na coincidência dos falantes duma comunidade.

Reitera-se que a natureza dos estudos de base lexical, por sua natureza básica, seja a de estabelecer, organizar e veicular os signos na relação do homem com o mundo que o rodeia, e assim, instrumentam um maior e melhor conhecimento da língua falada, ao mesmo tempo em que nos propiciam o reconhecimento das diferenças culturais que compõem a realidade de um mesmo país.

Na segunda metade do século XIX, muitos lingüistas se debruçaram sobre os fenômenos mais diretamente ligados ao uso que os falantes fazem da língua e nas determinadas regiões em que eles ocorrem. Surgiram, então, a partir do princípio de que a língua é um sistema de interação entre o indivíduo e a sociedade em que ele atua, novos campos de reflexão e de pesquisa.

 

A Dialetologia e a  Geolingüística

A Dialetologia  é proveniente da palavra grega dialektos que significa diferença, diversidade. É o estudo sistemático das diferenças regionais de uma determinada língua.

A Geolingüística é o método da Dialetologia que estuda a variação lingüística em suas várias manifestações dentro de um espaço determinado.

Segundo Borba (1976, p.54),

Geolingüística é um método de pesquisa lingüística que se propõe reconhecer as áreas de extensão dos fatos lingüísticos (fonéticos, morfológicos, sintáticos e léxicos). Como a posição e a distribuição destes no espaço obedecem a determinadas causas, a pesquisa de Geolingüística tende a transformar-se numa indagação histórica, com base geográfica, tornando-se, então, importante para a lingüística diacrônica. Por exemplo, demonstra o que separa, com o tempo, as línguas aparentadas e o que aproxima as línguas não aparentadas. Serve para a interpretação histórica dos fatos da língua, mas tem base diacrônica, pois a pesquisa se faz na língua atual, em determinado estado. Os conjuntos são distribuídos em mapas, cujo conjunto forma um atlas lingüístico.

A Dialetologia é a disciplina que assumiu a tarefa de descrever os diferentes dialetos em que a língua se diversifica no espaço e de lhes estabelecer limites.

A Geolingüística ou Geografia Lingüística, segundo Dubois (1978: 307), “é o estudo das variações na utilização da língua por indivíduos ou grupos sociais de origens geográficas diferentes”.

Podemos também ver a Geolingüística como um estudo cartográfico dos dialetos, como nos mostra Iordan (1962: 273) ao afirmar que “A geografia lingüística significa a representação cartográfica do material lingüístico com o objectivo de determinar a repetição topográfica dos fenômenos”.

Segundo Coseriu (1979: 103):

En la terminología técnica de la lingüística actual, la expresión ‘geografía lingüística’ designa exclusivamente un método dialectológico y comparativo que ha llegado a tener extraordinario desarrollo en nuestro siglo, sobre todo en el campo románico, y que pressupone el registro en mapas especiales de un número relativamente elevado de formas lingüísticas (fónicas, léxicas o gramaticales) comprobadas mediante encuesta directa y unitaria en una red de puntos de un territorio determinado, o, por lo menos, tiene en cuenta la distribución de las formas en el espacio geográfico correspondiente a la lengua, a las lenguas, a los dialectos o a los hablares estudiados.

Dessa forma, é possível visualizar as relações entre o ambiente geográfico e a difusão e distribuição espacial dos fenômenos lingüísticos, verificando-se a norma diatópica da localidade. É o registro do material coletado em cartogramas lingüísticos que, compilados, constituem os atlas lingüísticos.

A idéia de se apresentarem os resultados em forma de atlas surgiu quase espontaneamente, por facilitar com uma vista de olhos as particularidades de um dialeto. Se comparado com o estudo dos glossários, foi um passo à frente nos estudos dialetais, pois por meio de um cartograma lingüístico podemos visualizar, de maneira sinóptica, as variedades lingüísticas de determinada lexia em uma dada área geográfica.

Considerando que a idéia de norma está definitivamente caracterizada pela presença da alta freqüência e pela distribuição regular das variações em uma comunidade lingüística, e que cabe à Geolingüística a descrição das variações diatópicas, poderemos especificar, por meio das respostas obtidas de entrevistas aplicadas a sujeitos de um certo grupo numa dada localização, a norma característica do local, além de precisar a repetição topográfica dos fenômenos observados em cartogramas.

É importante frisar que devemos chamar a Geolingüística de “método” e nãociência”, pois se trata de um novo processo de estudo da linguagem humana. A Dialetologia, investigação científica dos dialetos, existia antes da criação da Geolingüística, embora se utilizassem outros meios.

Antes da Geolingüística, entretanto, segundo Iordan (1962: 199):

[...] as particularidades características do dialecto estudado eram comparadas com as da língua comum (eventualmente com as de outros dialectos) e explicadas com auxílio dos métodos tradicionais da gramática” e, além disso, “[...] investigações no material recolhido sob a forma de glossários por diletantes que não tinham qualquer qualificação científica para tais trabalhos.

Muitas vezes, por isso, o valor desses trabalhos sobre determinado dialeto era diminuto.

É apenas no século XIX que surge um trabalho mais sistemático da variação diatópica, apesar de vários estudos sobre o uso da língua terem sido desenvolvidos anteriormente.

 

Os precursores da Dialetologia
e da Geolingüística

Antes do surgimento dos estudos dialetológicos de caráter sistemático, alguns fatos isolados ocorreram, na Inglaterra, na Alemanha e na França, a saber:

Na Inglaterra, Chaucer usou o inglês do norte nos contos de Reeve de modo cômico e William Shakespeare identificou o gaulês Fluellen – personagem de Henry V, oficial do exército do rei, um tipo ridículo, com temperamento forte, acentuado por seu sotaquecurioso”.

Na Alemanha, a gramática do dialeto bávaro, escrito por Johann Andréas Schmeller, publicada em 1821 – Die Mundarten Bayerns grammatisch dargestellt – possui uma coletânea de contos, canções, diálogos, provérbios e um estudo comparativo de fonética e morfologia do dialeto rural bávaro e dos falantes considerados cultos, urbanos.

Na França, em 1790, o bispo constitucional de Blois e também deputado da assembléia nacional, Henri-Baptiste Grégoire, redige e envia uma circular destinada a verificar a vitalidade dos dialetos, mas na verdade, o que realmente pretende é apresentar um projeto de extinção dos patois à Convenção em nome dos ideais de igualdade e fraternidade. Em 1794, baseado nas respostas recebidas, apresenta um relatório sobre as necessidades de se destruir os dialetos.

A Convenção, que antes decretara providências para a unificação lingüística do país, apenas determina que a Comissão de Instrução Pública apresente um relatório sobre a elaboração de uma gramática e de um vocabulário atualizados da língua francesa e não toma nenhuma atitude com relação aos patois.

Em 1804, com a criação da Academia Céltica, cujo objetivo era o estudo das raízes culturais francesas, inclusive as de natureza lingüística, os dialetos são considerados “monumentos de Antiguidade”.

O princípio da Dialetologia, no seu espectro mais amplo, tem dois marcos que imprimem as primeiras e principais diretrizes para trabalho de tal natureza: o levantamento de dados da realidade alemã feito por Wenker e a recolha sistemática para o Atlas Linguistique de la France (ALF), de Gilliéron e Edmont.

 

O surgimento dos Atlas lingüísticos

O Atlas de Georg Wenker

Wenker propôs-se a investigar o estrato fonético da língua a fim de demonstrar a existência de fronteiras dialetais. Envia um questionário de 335 palavras agrupadas em 40 frases curtas a professores e a pessoas cultas, elaborando, posteriormente, cartas com as respostas obtidas. Documenta a realidade dos usos que se registram na Alemanha – 40.736 localidades com um total de 44.251 respostas coletadas - recobrindo, assim, ampla extensão do território. Sem controle sistemático de variáveis sociais, verifica-se que faixa etária e sexo não foram pré-determinados e nem, a posteriori, podem ser estabelecidos. Da escolaridade dos informantes, porém, e pelo fato de terem sido os questionários encaminhados aos inspetores regionais de escolas que os passavam aos instrutores, tem-se a dimensão: as respostas foram dadas por letrados, responsáveis pelo ensino na região e podem, ainda, contemplar a contribuição de outros aos quais tenham recorrido esses informantes básicos.

Essa primeira investida ressente-se não apenas da ausência de controle de variáveis socioculturais dos informantes, mas também, e, sobretudo, reflete as dificuldades advindas de uma coleta de dados feita por correspondência, o que significa não observados in loco, com profundas implicações para o tratamento de informações fonéticas. Tem, porém, o mérito de dar um passo significativo para o avanço da Dialetologia: a documentação de fatos em distintas regiões com possibilidade de serem interrelacionados. A intercomparabilidade de dados espacialmente dispostos vai-se constituir, assim, numa das prerrogativas dos estudos dialetais a qual tem superado a linha do tempo e, de certo modo, garantido o continuum desse tipo de investigação. Para isso, apropriadamente, chama a atenção Rossi (1969: 87-8), afirmando que:

(...) a Dialetologia é uma ciência eminentemente contextual, isto é, (...) o fato apurado num ponto geográfico ou numa área geográfica ganha luz, força e sentido documentais na medida em que se preste ao confronto com o fato correspondente – ainda que por ausência – em outro ponto ou em outra área (...).

Tal virtude teve a recolha de Wenker – são dados que reúnem a documentação de fatos em diferentes áreas - nada obstante e até o presente não se ter alcançado uma ampla divulgação de resultados, dos quais os primeiros foram publicados em 1881, em Strassburg, sob o título Sprachatlas des Deutschen Reichs, com um conjunto de seis cartas, duas fonéticas e quatro morfológicas, constituindo o fascículo inicial do Sprachatlas von Nord-und Mitteldeutschland, auf Grund von systematisch mit Hülfe der Volksschuler gesammeltem Material aus circa 30.000 Orten.

Se Wenker abre caminho para uma pesquisa diatópica ampla, permitindo a intercomparação de fatos de uma região com outras, o mérito de consolidar definitivamente o método de recolha dos dialetos geográficos vai recair sobre Jules Gilliéron que, em 1887, inicia a coleta de dados para o Atlas Linguistique de la France (ALF) (1902-1910).

 

O Atlas Lingüístico da França - Jules Guilliéron

O suíço Jules Gilliéron (1854-1926) apresentou-nos a Geolingüística como método de pesquisa e representação dos fenômenos lingüísticos em mapas. Iniciou seus estudos de Dialetologia na École Pratique dês Hautes Études em 1883.

O trabalho de Gilliéron possibilitou a constatação da complexidade da evolução lingüística, provando que a língua falada está, muitas vezes, distante da língua escrita e pôde-se, a partir daí, ter uma idéia concreta dos fatores que influem na evolução.

O Atlas Lingüístico da França (ALF), concluído em 1910, contou com uma pesquisa dialetal baseada num amplo questionário aplicado em 639 localidades francesas pelo seu inquiridor Edmond Edmont que trabalhou quatro anos e meio, fazendo levantamento morfológico, sintático e léxico, resultando em 2.000 mapas e 10 volumes in-folio. As localidades escolhidas seguiram um critério quase que geométrico, localizadas a uma distância mais ou menos igual entre si e a transcrição fonética era minuciosa a fim de não alterar a impressão acústica recebida pelo inquiridor. Sua principal contribuição metodológica está no fato de basear-se na documentação in loco, no caso específico, recolhida por um único pesquisador, Edmond Edmont.

As variáveis sociais, embora sejam depreensíveis a partir do exame do perfil dos sujeitos, não comparecem registradas nas cartas e, também, não foram programaticamente definidas. Assim, observa-se que as idades se estendem dos 15 aos 85 anos; a presença de sujeitos do sexo feminino é bastante reduzida e, conseqüentemente, assimétrica em relação ao número de sujeitos do sexo masculino; e, finalmente, o nível de escolaridade vem a ser identificado por dedução das categorias de sujeitos: os que têm profissão que supõe instrução secundária e aqueles cuja ocupação indica a necessidade apenas de instrução primária. Depois do ALF e dos estudos feitos por Gilliéron sobre os dados nele contidos, uma nova visão do tratamento do fenômeno da variação se estabelece, pois, no dizer de Rossi (1980: 95)

(...) não apenas a regularidade absoluta das modificações fonéticas recebia o tiro de misericórdia, mas o mesmo acontecia ao mito do dialeto como unidade de desenvolvimento histórico ininterrupto, orgânico e autônomo, preservada ao longo de séculos de interferências de outros dialetos.

Segundo Rossi (1980), a obra de Gilliéron, apesar de recebida com reservas por alguns lingüistas da época, como Maurice Grammont, Édouard Bourciez, Jules Ronjat e Georges Millardet, colocou em discussão a complexidade do fenômeno lingüístico tanto na perspectiva sincrônica como diacrônica e teve o mérito de marcar o início da aplicação do método da Geolingüística com rigor científico.

Esta obra motivou a publicação de atlas lingüísticos de outros países, como veremos, e convém assinalar aqui que a pesquisa de Geolingüística não termina com a elaboração dos atlas e que esses são apenas instrumentos de trabalho de leitura e interpretação das cartas, cujas conclusões são posteriormente estudadas.

 

A Geolingüística e sua repercussão no Brasil

Os estudos dialetais começam no Brasil, tendo como precursor Domingos Borges de Barros, o Visconde de Pedra Branca, que, a pedido do geógrafo Vêneto Balbi, escreve, em 1826, um capítulo para o livro Introduction à l’Atlas ethnographique du globe em que mostra características da língua portuguesa falada no Brasil. Ferreira e Cardoso (1994: 37) dividem em três fases os estudos dialetais no Brasil.

 

A primeira fase

Tem como marco inicial a publicação de Visconde de Pedra Branca, em 1826 e termina em 1920, com a publicação de O Dialeto Caipira de Amadeu Amaral. Caracteriza-se pelas numerosas obras de caráter lexicográfico e das particularidades do Português do Brasil.

As obras publicadas neste período são dicionários, vocabulários e léxicos regionais.

 

A segunda fase

Caracteriza-se pela predominância de estudos gramaticais, embora ainda se produzam numerosos estudos de natureza lexicográfica. Nas primeiras publicações ainda mantém as características descritivas da primeira fase, mas logo começam a aparecer obras que vão, não apenas levantar dados, mas também discutir as variações do português falado no Brasil e a “preocupação com uma metodologia de abordagem voltada para o exame da realidade considerada nos seus diferentes aspectos Ferreira e Cardoso (1994: 39). Nessa linha, merecem destaque dois trabalhos do início dessa fase: O Dialeto Caipira de Amadeu Amaral (1920) e O Linguajar Carioca, de Antenor Nascentes, publicado em 1922.

 

A terceira fase

Inicia-se no ano de 1953, tendo como finalidade o desenvolvimento e a efetiva implantação dos estudos geolingüísticos no Brasil, supondo-se a urgência na consecução do Atlas Lingüístico Nacional. Essa necessidade da elaboração de Atlas Lingüística Brasileira foi favorecida pela regulamentação do Decreto nº 30.643 de março de 1952 em que em seu Artigo 3º, como principal finalidade da Comissão de Filologia da Casa Rui Barbosa, trazia a elaboração do referido Atlas.  Regulamentada pela Portaria nº 536, de 26 de maio do mesmo ano, foi criado, então, o Centro de Pesquisas Casa de Rui Barbosa.

Antenor Nascentes publica uma obra em 2 volumes (1958-1961), intitulada Bases Para a Elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil, em que fornece as diretrizes gerais para a efetiva pesquisa de campo, dando indicações para a escolha dos pontos, dos sujeitos e também para a elaboração do questionário lingüístico a ser aplicado.

Na década de 50, valiosas contribuições foram feitas para o desenvolvimento da Geolingüística no Brasil, entre elas está a idéia da elaboração do atlas lingüístico nacional, na concepção, defendida pelos principais filólogos da época, de que uma empreitada de tal porte poderia ser concebida partindo de atlas regionais e, ainda, por último, mas não menos importante, a criação de princípios gerais, um tipo de cartilha para direcionar e unificar a pesquisa, tornando o trabalho científico, direcionado e único em  todo o território nacional.

Nascentes (1958) indica uma série de tarefas que considera importante para a concretização dos estudos dialetais:

1. a realização de sondagens preliminares;

2. recolha de vocabulário seguindo as exigências técnicas;

3. elaboração de monografias etnográfico-lingüísticas sobre determinadas áreas semânticas e sobre determinados falares da região;

4. elaboração de atlas regionais;

5. elaboração de Atlas Nacional

Estas postulações são utilizadas até os dias de hoje nas pesquisas geolingüísticas. Tivemos, no Brasil, até agora a elaboração dos seguintes atlas lingüísticos:

1-       Atlas Prévio dos Falares Baianos – APFB, em 1963;

2-       Esboço do Atlas Lingüístico de Minas Gerais – EALMG, em 1977;

3-       Atlas Lingüístico da Paraíba, em 1984;

4-       Atlas Lingüístico do Sergipe, em 1987;

5-       Atlas Lingüístico do Paraná, em 1994;

6-       Atlas Lingüístico do Sergipe II, em 2002;

7-       Atlas Lingüístico-Etnográfico da Região Sul do Brasil, em 2002;

8-       Atlas Lingüístico Sonoro do Pará, 2004;

9-       Atlas Lingüístico do Amazonas, 2004.

Temos, em fase de elaboração, os seguintes atlas:

·         Atlas Lingüístico do Brasil;

·         Atlas Etnográfico do Acre;

·         Atlas Lingüístico do Ceará;

·         Atlas Lingüístico do Maranhão;

·         Atlas Lingüístico do Mato Grosso;

·         Atlas Lingüístico do Mato Grosso do Sul;

·         Atlas Geo-sociolingüístico do Pará;

·         Atlas Lingüístico do Rio Grande do Norte;

·         Atlas Etnolingüístico dos pescadores do Estado do Rio de Janeiro;

·         Atlas Lingüístico do Estado de São Paulo;

·         Atlas Lingüístico do Paraná II.

Também foram realizados estudos geolingüísticos que resultaram em dissertações e teses, dentre os quais, podemos citar:

1-       Bueno, T. R. Exame do gênero feminino em documentos geolingüísticos brasileiros no período de 1957 a 1994. 2002. 83 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

2-       Encarnação, M. R. T. da. Estudo geolingüístico de aspectos semântico-lexicais nas comunidades tradicionais do município de Ilhabela. 2005 167 p + anexos. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

3-       Imaguire, L. M. C. Estudo com vistas a um atlas lingüístico da Ilha de Santa Catarina: abordagem dos aspectos lexicais. 1999. 2v + anexos. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

4-       Imaguire, L. M. C.  Estudo geolingüístico de alguns municípios do litoral sul paulista: abordagem de aspectos semântico-lexicais. 2004. 431 p + anexos. Tese (Doutorado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

5-       Santos, S. S. B. Abordagem semântico-lexical do falar sorocabano, com base no questionário do ALiB. 2005. 2 v + anexos, + CD-ROM. Tese (Doutorado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

6-       Santos, S. S. B.   Estudos geolingüísticos de aspectos semântico-lexicais do campo semânticoalimentação e cozinha' (questionário do ALiB) no município de Sorocaba. São Paulo, 2002. 227 p + anexos. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

7-       Silva, M. do P. S. C. da. Estudo semântico-lexical com vistas ao atlas lingüístico da mesorregião do Marajó/Pará. São Paulo, 2002. 2 v. + anexos. Tese (Doutorado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

8-       Zambo, F. V. Proposta de análise semântico-lexical da lexia nevoeiro e suas variantes lexicais em seis atlas lingüísticos brasileiros. São Paulo, 2002. 126 p + anexos. Dissertação (Mestrado em Lingüística) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

Além desses estudos, cabe ressaltar o trabalho do Grupo de Pesquisa em Dialetologia e Geolingüística – GPDG/USP, que tem o objetivo de fomentar a discussão e a pesquisa de temas relativos à Dialetologia/ Geolingüística.

Em 2005, o GPDG deu início ao projeto coletivo - "Estudo sociogeolingüístico do município de São Paulo: o léxico - parte I", que visa à elaboração de um banco de dados do léxico do português falado no município de São Paulo, do ponto de vista sociogeolingüístico, em cinco pontos do município de São Paulo, correspondentes às cinco regiões da cidade de São Paulo. Os membros do grupo têm apresentado seus trabalhos em congressos nacionais e internacionais e outros.

 

Considerações finais

Este minicurso tem a intenção de  fornecer uma visão dos caminhos percorridos pelos estudos geolingüísticos e trazer uma contribuição à reflexão sobre o papel da Dialetologia. Pretendemos, ainda, discutir a forma como se delineam os passos metodológicos desse ramo de estudos lingüísticos e reforçar a idéia de que a pesquisa geolingüística permite que se apontem características e tendências lingüístico-culturais extremamente importantes para o registro e o resgate da identidade cultural do povo dos Estados, traçando as isoglossas que marcam as diversas regiões lingüísticas do País.

 

Bibliografia

BORBA, Francisco da Silva. Pequeno vocabulário de lingüística moderna. 2ª ed. rev. e aum. São Paulo: Nacional, 1976.

COSERIU, Eugênio. Sincronia, diacronia e história. Rio de Janeiro: Presença, 1979.

DUBOIS, Jean et alii. Dicionário de lingüística. São Paulo: Cultrix, 1978.

FERREIRA, C. & CARDOSO, S. A dialetologia no Brasil. São Paulo: Contexto, 1994.

IORDAN, I. Introdução à lingüística românica. Trad. de Júlia Dias Ferreira. 2ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1962.

NASCENTES, Antenor. Bases para a elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil. Ministério da Educação e da Cultura/Casa de Rui Barbosa, vol. I, 1958, vol. II, 1961.

ROSSI, N. Os falares regionais do Brasil. In: Atas. O Simpósio de São Paulo. São Paulo, 1969.

ROSSI, Nélson. A realidade lingüística brasileira. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo: USP, n° 22, 1980.

SAUSSURE, F. Course in General Linguistics (W. Baskin, Trans.). New York: The Philosophical Library, 1959.

VILELA, M. Estudos de lexicologia do português. Coimbra: Almedina, 1994.