ALGUNS ASPECTOS DA ORALIDADE
NA LINGUAGEM DE RAQUEL[1]

Jéssica Pinto Augusto (UERJ)

 

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas das características da oralidade, presentes na linguagem de Raquel, que é a personagem principal e narradora do livro A Bolsa Amarela, cunhado por Lygia Bojunga Nunes.

No primeiro capítulo, pretende-se caracterizar a personagem principal do texto em questão, apresentando sucintamente um pouco de sua história, na tentativa de situar o leitor em sua trama.

No segundo capítulo, procura-se tecer um breve comentário sobre algumas das características das narrativas de Lygia Bojunga Nunes, bem como assinalar o papel e a relevância da linguagem de Raquel na construção de A Bolsa Amarela.

Já no terceiro e último capítulo, tem-se o propósito de apresentar alguns recortes da oralidade da linguagem de Raquel, a fim de caracterizá-la, evidenciando o rico potencial que ela pode assumir quando bem empregada, por exemplo, em um texto literário.

 

QUEM É RAQUEL?

Raquel é, simultaneamente, a personagem principal e a narradora da trama do livro A Bolsa Amarela, escrito pr Lygia Bojunga Nunes.

A referida personagem conta sua história em primeira pessoa, revelando, no decorrer da mesma, uma insatisfação constante com a estrutura de sua família e da própria sociedade da qual faz parte.

Ela é uma menina/criança inteligente, esperta, que tem suas três grandes vontades (ser adulta, ser menino e ser escritora) reprimidas pela sua família. Este fato a coloca em um grande drama, pode-se dizer, existencial, em busca da formação de sua identidade, já que a mesma, no decorrer de toda a narrativa, tenta superar esse impasse instaurado.

Ao longo do texto, expõe seus conflitos e suas angústias, apresentando a trama de relações sociais/familiares na qual se encontra inserida. Cria, para tentar solucioná-los, personagens imaginários/fantásticos que, através de aventuras vividas em torno de sua bolsa amarela, a ajudarão em seu amadurecimento e formação de identidade.

À medida que consegue resolver seus conflitos, vai se desvencilhando de duas de suas grandes vontades (ser menino e ser adulta), ficando apenas com a vontade de ser escritora, algo que revela o caráter de emancipação e de liberdade de expressão que a arte é capaz de proporcionar ao ser humano.

 

A LINGUAGEM DE RAQUEL

À guisa de ilustração, sente-se necessidade de, antes de caracterizar a linguagem de Raquel, tecer comentários relevantes sobre aspectos narrativos das obras de Lygia Bojunga Nunes.

Nunes, em suas narrativas destinadas ao público infantil, consegue apresentar características que têm a capacidade de atrair o pequeno leitor. São exemplos delas, dentre outras, o questionamento de valores estabelecidos, bichos como personagens da trama (personificação de animais) e luta da personagem principal (uma criança) pela construção de sua identidade e liberdade de expressão, na tentativa de encontrar o seu papel na sociedade.

A respeito dos aspectos que caracterizam a ficção da referida autora, destinada às crianças, destacam-se as seguintes palavras de Lígia Cadermartori:

O mundo ficcional de Lygia se arma a partir da infância, mas atinge temas adultos como as relações de poder e a repressão à liberdade de expressão no contexto social. Propiciando ao pequeno leitor a identificação com situações que afetam as personagens infantis e que, por encontrarem eco nas vivências da criança que lê, permitem adesão ao mundo ficcional [...]. (Cadermartori, 2006: 64)

Lygia B. Nunes, além de conseguir mostrar para o leitor a criança por dentro, desvelando seu mundo interior, apresenta um outro aspecto que é de suma importância na tentativa de envolvê-lo no seu universo ficcional: a linguagem veiculada nas suas histórias, o que as torna ainda mais atraentes.

Um dos traços marcantes em suas obras destinadas à infância é a presença da linguagem coloquial, com características da oralidade. Esta instaura na narrativa um clima de familiaridade e de aproximação com o leitor, na medida em que ambos(narrativa e leitor) podem compartilhar, de certa forma, da mesma linguagem, estabelecendo, assim, uma relação de intimidade entre eles.

Vale ressaltar que essa linguagem coloquial não descaracteriza o aspecto literário de suas obras, mas, sim, funciona como um elemento de sedução e conquista do leitor, fazendo-o se identificar com as mesmas.

Lucia Helena Lopes de Matos faz a seguinte declaração acerca da coloquialidade em Nunes:

Uma das escritoras brasileiras que melhor constrói esse clima de identidade sem apelar para a banalidade ou facilitação de um texto essencialmente digerível é Lygia Bojunga Nunes que se apropria da língua de maneira bastante coloquial para criar novos efeitos no processo narrativo. (Matos, 2006: 1)

Feitas as considerações acima, pode-se concluir que A Bolsa Amarela se enquadra nas características descritas anteriormente e que a linguagem de Raquel, enquanto personagem de Nunes, perpassa o campo da oralidade, assumindo um tom essencialmente coloquial. Essa oralidade/coloquialidade se apresenta tanto nas falas da menina, quanto nos textos que ela escreve e transcreve para o leitor, e nos diálogos que estabelece no seio familiar e/ou com os demais personagens fantásticos.

Deve-se relembrar que, no desenrolar da trama, Raquel, além de narrar e dialogar, também se apresenta como escritora, transcrevendo seus textos. Embora a fala e a escrita[2] possuam suas peculiaridades, um elemento comum as une no contexto narrativo em questão: o caráter primordialmente coloquial/oral. Algo perfeitamente justificável, sendo a personagem em pauta uma criança cuja preocupação principal não é o cuidado com a língua formal, mas sim com a resolução de seus conflitos.

Para ilustrar esse tom coloquial instaurado através da linguagem de Raquel, destacam-se, por exemplo, os seguintes trechos nos quais aparecem expressões idiomáticas de uso informal: “Fui dormir com a maior fossa de ser criança podendo ser gente grande” (p. 14); “Eu não tô acreditando que essa transa toda é só para bater um papo” (p. 17); “Ninguém me deu bola” (p.25); “Quero saber tintim por tintim da tua vida” (p. 54).

 

ALGUNS RECORTES DA ORALIDADE
NA LINGUAGEM DE RAQUEL

Muitos são os aspectos da oralidade na linguagem de Raquel que evidenciam o seu tom coloquial. Dentre eles, optou-se por destacar os que se seguem: 1) o pronome pessoal ele (e suas flexões) na função de objeto direto ou de sujeito do infinitivo; a aférese no verbo estar (flexionado); 3) a síncope na preposição para; 4) o uso de a gente como pronome pessoal; 5) a presença de como um elemento conector de idéias, marcador de seqüências proposicionais; 6) emprego de pronome átono em início de sentença; 7) palavras que revelam iconicidade gestual; 8) predominância da ordem direta da frase.

No que diz respeito ao uso do pronome pessoal ele (flexionado ou não) na função de objeto direto ou de sujeito do infinitivo, podem-se destacar os seguintes trechos:

O pessoal aqui em casa até que se vira [...] só vejo eles de noite. (p. 13)

E pegavam ele lá fora? (p. 38)

E então enfiei ela no bolso magro e comprido. (p. 52)

Tive que fazer uma força danada pra pendurar ela no ombro. (p. 52)

Manda ele aqui. (p. 58)

Tinha baixado a bainha da calça, passei ela a ferro [...]. (p. 62)

Então prenderam ele na bolsa. (p. 87)

Fui ficando sem jeito de não deixar ele morar na bolsa amarela. (p. 38)

Não tô falando com você, Afonso. Deixa ela responder. (p. 50)

Maria Helena de Moura Neves (2000, p. 456-7) afirma que o pronome pessoal[3] (ele e suas flexões), em sua forma tônica, pode funcionar tanto como sujeito quanto como complemento (objeto direto e indireto). Admite que enunciados cujo pronome citado assume o papel de complemento, ocorrem, especialmente na linguagem falada, mas também aparecem na escrita.

Os oito primeiros exemplos citados evidenciam a presença desse ele (flexionado ou não) funcionando como objeto direto. Algo que Celso Cunha e Lindley Cintra (2001, p. 277-88), embora atribuam à forma reta do pronome pessoal a função de sujeito de uma oração, também reconhecem e vinculam à “fala vulgar e familiar do Brasil”, não deixando de mencionar que tal uso possui raízes antigas no idioma.

Os dois últimos exemplos têm, respectivamente, ele e ela funcionando como sujeitos dos infinitivos morar e responder, formando orações infinitivas, as quais se constituem em objeto direto dos verbos com os quais se relacionam.

Sobre a particularidade acima, Neves (op. cit., p.453) diz que “é comum, na conversação, o emprego de pronomes tônicos como sujeito do infinitivo”. Menciona até que construções desse tipo já aparecem em textos literários, o que se comprova nos últimos exemplos comentados.

Com relação à aférese no verbo estar (flexionado) e à síncope na preposição para, deve-se salientar que ambos se constituem em fenômenos de modificações fonéticas (metaplasmos), decorrentes, respectivamente, da supressão de fonemas em início de palavra (está > tá) e da subtração de fonemas no interior dela ( para > pra). Tais fenômenos são recorrentes em toda a narrativa em que Raquel é a protagonista, sendo o grupo 1 abaixo, representativo da aférese e o grupo 2, da síncope.


 

GRUPO 1 [4]

Ontem mesmo eu tava jantando [...]. (p. 11)

[...] meu irmão tá tirando faculdade, minha irmã mais velha também trabalha [...]. (p.13)

[...] tavam rindo de mim também, e das coisas que eu pensava. (p. 20)

Ei! Aqui dentro tem um sujeito que tá te desafiando pra uma briga. (p. 58)

Tão aqui. Agora é só pendurar o rabo e amarrar a linha. (p. 113)

 

GRUPO 2

Já fiz de tudo pra me livrar delas. (p. 11)

Voou pra janela, aterrissou na beirada, e ficou respirando fundo. (p. 33)

Diz pra ele fugir. (p. 57)

Vou sair pelo mundo pra não deixarem costurar o pensamento de ninguém. (p. 94)

Escrevi pra turma da Casa dos Consertos. (p. 109)

No que se refere ao uso de a gente como um pronome pessoal, Neves (op. cit., p. 469) afirma que pode ser empregado como tal para fazer referência à primeira pessoa do plural (nós), e para referência genérica, incluindo todas as pessoas do discurso. Fatos verificáveis em:

Deixa com a gente: se ele não se comportar direito a gente avisa. (p. 36)

A professora mandou a gente fazer uma redação. (p. 47)

A gente foi andando. (p. 52)

Quanto mais a gente explicava que estava querendo salvar a vida dele, mais danado ele ficava [...]. (p. 61)

[...] ou você ganha essa briga ou a gente deixa o Crista de Ferro abotoar teu paletó. (p. 87)

Às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. (p. 49)

Claro que tinha que curtir! quando a gente é grande pode tudo, resolve tudo. (p. 50)

Nos dois últimos trechos destacados há a utilização de a gente como uma referência genérica. Embora deixe indicada a presença da primeira pessoa, não há como determinar quais sejam essas pessoas. Tal tipo de construção tem, segundo Neves (op. cit, p. 470) “as mesmas características quanto à indeterminação do sujeito”. Já nos demais trechos, a gente reporta-se a um nós identificável no texto, que são as próprias personagens.

Observa-se nos trechos a seguir que funciona não como um advérbio de lugar, mas sim como um elemento conector de idéias.

eu inventei que o Roberto [...] tinha falado mal dela. (p. 14)

foi aquela confusão. (p. 25)

prenderam você de novo? (p. 36)

eles levaram ela pro hospital. (p. 104)

Nesses fragmentos compreende-se que aí não tem a propriedade de indicar uma circunstância de lugar, tal como um advérbio de lugar. Serve, então, ao propósito de dar continuidade à seqüência narrativa, correlacionando, interligando as idéias vinculadas nas proposições.

Para Leonor Werneck dos Santos(2003, passim), , dentre outros, tem a propriedade de um articulador textual, com função discursiva, articulando enunciados. Reconhece que tal articulador aparece em textos mais informais e em narrativas orais de crianças, cujo papel seria o de indicar seqüência de eventos sucessivos. Algo que se verifica nas falas de Raquel.

A próclise de pronome átono em início de sentença aparece em Cunha e Cintra (op. cit., p. 316-7) em uma seção destinada à colocação de pronomes átonos no Brasil, na qual os autores consideram como característica, principalmente no “colóquio normal”, tanto no português do Brasil como no das Repúblicas Africanas: “a possibilidade de se iniciarem frases com tais pronomes, especialmente com a forma me”. E como ilustração disso, destacam-se as seguintes partes da narrativa:

Me levaram de volta. Pra tomar conta daquelas galinhas todas outra vez. (p. 35)

Me conta uma coisa: quais são as suas idéias, hem? (p. 37)

Me guarda? (p. 43)

Me desentorta? (p. 72)

Me despedi correndo de todo mundo [...]. (p. 101)

Me explica! (p. 102)

Matos (op. cit., p.2), ao dissertar sobre a obra Livro: um encontro com Lygia Bojunga, da própria Lygia, chama a atenção para o fato de seu discurso literário ser todo construído sobre a oralidade, pontuando que ela não empobrece o texto, mas, ao contrário, é empregada como uma estratégia de sedução e aproximação com o leitor. Dentre as marcas da oralidade citadas por Matos, destacam-se duas, que são igualmente empregadas na linguagem de Raquel, a saber: palavras marcadas por iconicidade gestual e comparações de caráter simples, afetivo, espontâneo.

Encontram-se exemplos de palavras que evidenciam iconicidade gestual nos seguintes trechos:

[...] tem homem assim querendo me sustentar; posso escolher à vontade. (p. 14)

Era um galo fortíssimo. Com cada unhona assim [...]. (p. 56)

E todo o mundo arregalou cada olho assim. (p. 68)

Comparações de caráter afetivo, espontâneo, nas quais se verifica uma proximidade muito grande da oralidade na escrita são perceptíveis em:

Não digo vontade magra, pequeneninha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço na aula de matemática, comprar sapato novo que eu não agüento mais o meu [...]. (p. 11)

Lá bem no fundo vi uns restos de vontade, assim que nem resto de balão quando estoura [...]. (p. 70)

Em última análise, vale salientar que Braga (2006, p.2) destaca a ordem direta da frase como uma peculiaridade sintática da língua falada no Brasil. Essa peculiaridade se revela em um recurso constante no texto literário em pauta, pelo viés da linguagem de Raquel. Para ilustrar tal fenômeno, tem-se, por exemplo:

O pessoal aqui em casa até que se vira [...] (p. 13)

Quero ser pequena a vida toda. (p. 49)

Espetei tuas vontades com toda a força [...]. (p. 72)

Ele só é velho por fora. O pensamento dele tá sempre novo. (p. 99)

A bolsa amarela tava vazia à beca. Tão leve. E eu também, gozado, eu também estava me sentindo um bocado leve. (p. 115)

Existem outros aspectos da oralidade que podem ser analisados em A Bolsa Amarela que não foram abordados aqui, cabendo ao leitor interessado, debruçar-se sobre eles.


 

CONCLUSÃO

Pode-se concluir com este trabalho que a personagem Raquel, através de suas aventuras fantásticas em A Bolsa Amarela, revela um caráter essencialmente coloquial/oral em sua linguagem.

A oralidade presente na obra acima mencionada constitui-se em um recurso muito produtivo, utilizado pela sua autora. Produtivo, primeiramente, porque estabelece um vínculo de aproximação com o público-alvo (a criança), o qual pode identificar-se de imediato, sem necessariamente a presença de um segundo leitor (adulto), com a linguagem da narrativa. E em segundo lugar, serve ao propósito de caracterizar com maestria a personagem principal da história, que também é uma criança. Essa oralidade enriquece o texto literário, evidenciando seu caráter libertador e criativo.

 

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[1] Uma versão deste texto foi apresentada ao Prof. José Pereira da Silva como monografia de avaliação da disciplina “História da Língua Portuguesa”, do curso de Especialização em Língua Portuguesa, da Faculdade de Formação de Professores.

[2] Vale ressaltar que, embora se registrem diálogos na presente narrativa, a mesma se encontra na modalidade escrita da língua, na qual se verifica um registro coloquial, o que implica afirmar que tais diálogos também, de certa forma, submetem-se aos padrões de um texto escrito. Não se deve restringir a língua coloquial somente à fala. A modalidade escrita pode ter variações de registro, tal como ocorre com a falada. Para maiores esclarecimentos sobre o assunto, recomenda-se a leitura de Gramática e interação, de Luiz Carlos Travaglia, e Da fala para a escrita, de Luiz Antônio Marcuschi, nas quais se encontrarão pontos de apoio para reflexões em torno do tema.

[3] O que determina o caso (reto ou oblíquo) de um pronome é a sua função sintática. O pronome ele e suas flexões (eles, ela, elas) podem ser tanto do caso reto quanto do caso oblíquo. E neste último caso é que funciona como complemento. Exemplos: Peguei ele ontem; Entreguei o livro a ele.

[4] Têm-se, nesse grupo, as seguintes reduções: tava e tavam, respectivamente, estava e estavam (pretérito imperfeito do indicativo); que refere-se a está (presente do indicativo) e Tão, como redução de Estão (também presente do indicativo).