A OBRA POÉTICA LUZ OBLÍQUA, DE ILDÁSIO TAVARES
PROPOSTA DE EDIÇÃO E ESTUDO DO INTERDISCURSO

Bárbara Cristina de Carvalho Martingil da Silva (UNEB)

Rosa Borges dos Santos (UNEB e UFBA)

 

O escritor Ildásio Marques Tavares é expressão da arte na Bahia. Tendo exercido atividades na música, no teatro e na literatura, também atuou como tradutor e professor, na Universidade Federal da Bahia. Responsável por diversas publicações de artigos em jornais e revistas e de uma extensa obra literária, hoje, aos 67 anos, atua como poeta, conferencista e jornalista. A obra poética Luz Oblíqua, pertencente a uma maior, As flores do caos, da qual fazem parte Redondilhas e Versos Livres, compõe-se de 77 poemas não editados e poucos publicados. A necessidade de se disponibilizar um texto fidedigno e confiável que corresponda à intenção final do autor, já que várias versões e testemunhos da obra foram coletados, fez-se recorrer à metodologia fornecida pela Crítica Textual, através da atividade de edição crítica. O texto editado é material seguro que serve de base para diversos estudos, entre eles o do interdiscurso, a que este trabalho se propõe. Para isto, as orientações da Análise do Discurso de linha francesa serão fonte de apoio que sustentarão a identificação de outros discursos que circulavam à época de construção do discurso produzido em Luz Oblíqua. As abordagens teóricas de Michel Pêcheux, Dominique Maingueneau e Eni Puccinelli Orlandi fundamentam o estudo, focalizando o tema da metapoesia, mais pungente na obra, reunindo, então, 28 dos 77 poemas editados.