EDIÇÃO CRÍTICA

José Pereira da Silva (UERJ)

 

A edição crítica é o principal objetivo da crítica textual, que nem sempre se realiza, pois é possível fazer crítica textual sem publicar,concretamente, o texto crítico estabelecido.

Como se verá, a edição crítica se realiza em duas etapas. A primeira é o estabelecimento do texto crítico ou crítica textual propriamente dita, e a segunda é a apresentação do texto crítico, que envolve as demais técnicas da ecdótica ou da elaboração do livro.

O estabelecimento do texto se divide em várias atividades: a recensão e a reconstituição.

A recensão consiste praticamente na reunião e no cotejo das fontes; a estemática estabelece a genealogia dos textos cotejados, possibilitando a eliminação dos testemunhos copiados de outro ainda subsistente em bom estado de conservação e permitindo decidir com segurança qual é a melhor lição.

A reconstituição, emenda ou correção pode ser feita por meio de testemunhos, utilizando-se princípios estabelecidos pela prática milenar dos editores, ou por meio de conjecturas.

A apresentação do texto crítico só se faz depois de concluídas estas atividades, quando se torna possível preparar o texto para a publicação.

Em geral, a edição crítica tem, pelo menos: sumário, introdução metodológica, texto estabelecido criticamente, glossário e referências bibliográficas.

Na introdução, será importante tratar do autor, da obra, da tradição dessa obra (descrevendo-se o seu percurso histórico, os testemunhos, sua genealogia e sua fortuna crítica), enquanto o texto deverá ser pautado pelas normas explicitadas na introdução e deverá ser constituído do texto estabelecido e do aparato crítico, geralmente apresentado em forma de notas de pé de página.