Ideologia? Eu quero uma pra viver

Darcilia M. P.Simões (UERJ/PUC-SP/SUESC)

 

Pretende-se abordar a questão da aquisição da língua nacional e a proficiência para a leitura e a escrita. Discutindo a importância do conhecimento da variedade de falares que caracteriza o povo brasileiro, enfatizar o contato com a variedade como meio de estimular o domínio da norma padrão. Incluir a norma padrão entre as demais variedades brasileiras, desfazendo o equívoco herdado de um ensino pautado no binômio: erro & acerto. Focalizar a competência verbal como condição indispensável ao crescimento intelectual e o domínio do uso padrão como exigência para a comunicação eficiente em instâncias públicas. Destacar a riqueza da cultura popular brasileira como recurso didático de alta relevância, uma vez que se mostra íntima do estudante e promove atividades de base lúdica, “quebrando o gelo”, tão comum em aulas de português gramatiquentas. Ensinar as gramáticas da língua a partir de letras de música que, a um só tempo, exercitam as estruturas lingüísticas e o raciocínio crítico. As vozes oriundas da música popular, dos programas de tevê, dos jornais e dos textos literários têm o poder de despertar a veia crítica dos jovens leitores e, com mais arrojo, despertar-lhes os escritores que lhes habitam, adormecidos atrás dos vícios de toda sorte que povoam a vida hodierna dos estudantes da escola básica. Por esse itinerário tem-se tentado despertar leitores e escritores dormentes dentro dos alunos, para estimular-lhes a leitura e o enriquecimento cultural necessário à criação de um projeto de vida, de uma visão crítica da sociedade, enfim, de uma ideologia para viver.