LINGUAGEM, POLÍTICA E AÇÃO
ATOS INDIRETOS DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2006

Pâmella Pereira Moreira (UFS)
Leilane  Ramos da Silva (UFS)

 

Estudo de natureza lingüística centrado numa observação do estatuto dos atos de fala indiretos, notadamente da promessa e da crítica, veiculados nos panfletos políticos das eleições presidenciais no segundo turno de 2006, a partir do entendimento de que é na e pela linguagem que cada fato ou recurso de campanha se estrutura, definindo a performance dos candidatos e, mais ainda, demonstrando a capacidade (ou falta de) que estes têm de argüir e convencer o outro.Em termos metodológicos, serão rastreados os atos de fala indiretos a serem submetidos à análise, a partir dos seus respectivos propósitos discursivos.Em seguida, apresentar-se-á, com base na classificação dos atos ilocucionários desenvolvida por Searle (1969, 2002) e na estratificação dos graus de força ilocucionária descrita em Vanderveken (1985), uma possível representação pragmática dos efeitos de sentido veiculados por tais atos e, por fim, uma classificação. Apesar de ser uma pesquisa em fase inicial, a observação parcial do corpus já evidencia a idéia de que os discursos políticos vivificam a natureza acional da linguagem, posto que resgatam a máxima austiniana do “dizer e fazer”.