O professor-moderador de interação
em sala de aula de L2 face ao uso das TIC

Ida Maria da Mota Rebelo (PUC-RIO)

 

Na área de estudos dedicada aos fatos de ordem social, como o ensino-aprendizagem de línguas, há certa tendência a assimilar sem reflexão as novidades de ordem tecnológica ou metodológica motivados pelo fato de que o que é novo é melhor e de que é preciso atualizar-se. Isso parece verdade no que se refere às práticas de sala de aula, como o uso da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC). Buscamos tomar, neste artigo, uma posição de observadores e verificar as condições de coexistência entre o conhecimento instituído da sociedade científica preexistente e os novos olhares e as novas formas de elaboração do conhecimento (Anis, 2000).

Nesta comunicação, pretendemos apresentar aspectos inerentes às trocas interacionais em sala de aula de LE e o modo como ocorrem e/ou se modificam em seções de chat como tarefa de Português como Segunda Língua a Estrangeiros (PL2/E).  Os aspectos observados dizem respeito (i) à alternância entre as questões metalingüísticas e metacomunicativas (Araujo e Sá, 1996; Pierozak, 2003) e as questões referenciais (Araujo e Sá, 1996); (ii) ao status do erro ou inadequação (Bange, 1992) e (iii) à dupla focalização da atenção, no ato de comunicação e na língua objeto de aprendizagem (Bange, 1992; Py, 1993). Esses aspectos, tomados isoladamente e em conjunto, revelam uma modificação no comportamento, tanto do professor como dos estudantes, que aponta para uma mudança, na tarefa do chat, das condições de verticalidade que caracterizam a interação professor-alunos.