Quem pode falar sobre Roleplaying Game
um estudo lingüístico-discursivo
em gênero midiático

Fabio Sampaio de Almeida (UERJ)

 

Ultimamente, os jogos de RPG (Role Playing Game), tem sido foco de embates discursivos em diversas esferas da sociedade brasileira, como a política, a escolar e a religiosa. O objetivo deste trabalho é analisar textos midiáticos que enfoquem o referido jogo e sua prática, buscando identificar possíveis vozes que atacam ou defendem o RPG, e sua associação a determinadas formações discursivas (Maingueneau, 1997), instauradas pela polêmica do embate. Tomamos como base o referencial teórico da Análise do Discurso de linha enunciativa a partir das noções de gêneros do discurso (Bakhtin, 2000) e cenografia (Maingueneau, 2002). A captação dessas vozes se dá por intermédio da operacionalização do conceito de polifonia, desenvolvido por Bakhtin (2000). Nosso corpus se constituí a partir da matéria intitulada O que é RPG?, publicada na revista Dragão Brasil, número 109. A análise desses enunciados permitiu-nos a identificação de diferentes discursos sobre o jogo de RPG e sua prática, instaurados a partir da polêmica do embate. O agrupamento de tais enunciados tem-nos possibilitado chegar a distintas imagens de RPG, sustentadas por enunciadores que falam em nome de discursos da ordem da moral, da religião e da educação.