A teoria num dedal (II):  História e ficção em Balzac e a Costureirinha chinesa de Dai Sijie

Igor de Oliveira Costa
goi_doc@yahoo.com.br

Clara Faria de Souza Pontes
clara.pontes@gmail.com

 

Partindo da correlação texto/tecido, este trabalho propõe uma chave de leitura para a novela Balzac e a Costureirinha Chinesa (2000), de Dai Sijie. Atravessaremos, para tanto, a trajetória da protagonista e o processo de mudança de suas concepções de costura  (da costura material, por uma modelagem intelectualizada, ao ato de tecer relações interpessoais), esmiuçando as metamorfoses ocorridas no âmago de sua personalidade e no circuito social que esta alcança.  À luz de pressupostos barthesianos, levantaremos a questão da dissolução do leitor no texto e os liames críticos da arte, valendo-nos de passagens que incitam o levantamento de pontos teóricos sobre escrever/vestir e leitura/revestir.  Por fim, em vista do contexto histórico que se configura na novela, analisaremos as conexões entre arte e crítica sócio-política. Desvelaremos, assim, a mediação promovida pela arte entre as dicotomias da trama em questão.