Escritura de mão dupla
em Partida do audaz navegante

Gislei Martins de Souza
gislei_gigi@hotmail.com

 

Fazemos um estudo do conto "Partida do audaz navegante" (2001), de Rosa, procurando compreender como o ato de narrar figura uma escritura de mão dupla em que a lógica do sentido canônico da infância é abalada. Acreditamos que por trás de um efeito de linearidade narrativa, instaura-se um desdobramento da narrativa que, para nós, resulta do desdobramento da perspectiva do narrador em relação à presença de outro narrador, a personagem Brejeirinha. Para tanto, nos embasamos nos estudos de Foucault (2006), Deleuze (1974) e Bolle (2007) na tentativa de mostrar como a ficção do ato narrativo inventa a subjetividade da figura do narrador e suas representações na medida em que aponta a indeterminação do ato de narrar como procedimento de escritura literária.