Estilística semiótico-funcional
nas trilhas da iconicidade

Darcilia Simões (UERJ/PUCSP/FBCJ)
darcilia@simoes.com

 

Ocupamo-nos no momento da formulação de matriz teórica que descreva os componentes textuais à luz do estilo. Entendendo estilo como o resultado das escolhas praticadas pelo falante, decidimos aplicar a teoria da iconicidade como baliza da descrição estilística dos textos.

Entendemos que o destaque dado aos gêneros textuais e ao discurso vem comprovar nossa hipótese de que a Estilística é a análise mais adequada para os textos contemporaneidade.

Perseguindo a argumentatividade, tem-se que a oposição gestáltico-cognitiva figura/fundo é associável à oposição semiótica tema/rema, pois uma e outra se referem ao modo como são organizados os juízos acerca das coisas e dos fenômenos. Ao pensar algo (coisa ou fenômeno), enquadramo-lo num cenário e o emolduramos com marcadores que vão definir seus recortes isotópicos. Isso porque os enquadres (frames) são acionados segundo os roteiros (scripts) que brotam dos espaços mentais ativados pelos signos que sensibilizam a mente leitora. Esta, por sua vez, vai operar a partir das qualidades (ícones - signos de sensação/percepção) que se manifestam nos signos da superfície e conduzem o leitor indicialmente pelas trilhas do texto (signos de sensação/reação) que não são senão um signo-símbolo de uma idéia maior - a figura - para a qual os demais signos de seu entorno servirão de fundo. Tudo isso descrito pela matriz funcionalista (Halliday & Hasan) associada à semiótica pela teoria da iconicidade verbal (Simões).