O tratamento da língua materna
na formação de professores
de língua estrangeira

Maria Cecília Gonsalves Carvalho
mcgcarvalho@gmail.com

 

Segundo Revuz (1998:213), a aprendizagem de línguas estrangeiras por falantes adultos se caracteriza principalmente por sua taxa de insucesso. Isso talvez ocorra porque a língua materna não venha sendo levada em conta nos estudos sobre a didática de língua estrangeira, apesar de estar fortemente enraizada no aprendiz adulto, imbricada ao seu eu, à sua maneira de articular as idéias e a seu aparelho fonador, impondo-se como uma imensa barreira ao uso de uma outra língua. O foco desses estudos, entretanto, tem estado muito mais no ensino que na aprendizagem, mais no professor que no aluno, mais no método que no senso de plausibilidade do professor (Prabhu, 1990), mais no livro didático que na voz do aprendiz. Isto quer dizer que se tem estudado todos os aspectos concernentes à língua-alvo, mas pouco se tem considerado a respeito daquela que constitui a matéria fundamental do pensamento do aprendiz de LE: a língua-mãe. Com vistas a isso, pretendemos, obviamente não nos afastando desse lado que tem sido mais abordado, iluminar a questão da LM no processo de ensino-aprendizagem de LE por adultos, questionando a forma como o assunto é tratado (quando o é) na formação dos professores de LE.