Relação do Maranhão
ou certidão de nascimento do Ceará:
necessidade de uma edição crítica

Expedito Eloísio Ximenes
eloisio22@hotmail.com

 

O primeiro texto escrito sobre o Ceará intitula-se Relação do Maranhão;  trata-se de um documento do século XVII, escrito pelo jesuíta Pe. Luiz Figueira, quando este vem em  missão ao Maranhão, com o objetivo de catequizar os nativos e manter contato com os tapuias, amigos dos franceses que ocupavam aquela Capitania. Chegando apenas à Serra da Ibiapaba, no norte do Ceará, o missionário teve de regressar devido ao conflito com os índios inimigos e as  adversidades  da empreitada.  Após o retorno à Bahia, Figueira escreve o relato da viagem narrando os fatos vividos, fazendo uma descrição do território cearense. Em 1903, Barão de Studart, pesquisador cearense, adquiriu uma cópia do texto  publicando-o na Revista do Instituto Histórico, geográfico e  Antroplógico do Ceará. Em 1904, o Barão fez outra edição em uma coletânea de documentos. Há ainda mais três edições do texto: a de 1911, de Pe. Rafael Galante, a de 1940 do Pe. Serafim  Leite e a de 1967 de Thomaz Pompeu Sobrinho. Há, portanto, pelo menos cinco testemunhas que chegaram ao nosso conhecimento. Reunir todas essas testemunhas para se fazer um estudo comparativo e, consequentemente, a edição crítica do texto é uma necessidade  e um desafio que pretendemos enfrentar. As vantagens dessa empreitada são muitas, principalmente para o reestabelecimento de fontes para  história do Ceará.