A COMISSÃO MACHADO DE ASSIS
E A EDIÇÃO CRÍTICA DE ORIGINAIS MODERNOS

José Pereira da Silva (UERJ)
pereira@filologia.org.br

 

No capítulo sobre “Originais Modernos” de seus Elementos de Bibliologia, Antônio Houaiss (1983, p. 276-322) ilustra bem a questão das “edições críticas de autores modernos” com “uma aplicação concreta” às Memórias Póstumas de Brás Cubas;

A Comissão Machado de Assis, criada por portaria presidencial de Juscelino Kubitschek de Oliveira (19/09/1958), com a finalidade de consolidar os textos daquele autor é ampliada no segundo ano do governo militar (19/07/1965) para incluir quaisquer escritores da língua portuguesa que mereçam ter o seu cânon textual estabelecido criticamente. Essa Comissão conseguiu estabelecer o melhor corpo de doutrina sobre edição crítica de autor moderno da língua portuguesa, adaptável para qualquer domínio lingüístico e conseguiu preparar filologicamente quase duas dezenas de volumes, a partir de um padrão técnico estabelecido na Introdução ao texto crítico das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Tentaremos resumir os pontos básicos dessa introdução para mostrar os elementos mais importantes da Crítica Textual no Brasil na segunda metade do século XX.