A faca e a esfinge:
as contribuições de othon moacyr garcia
na poesia de joão cabral de melo neto

Anderson da Silva Ribeiro (UERJ, UNISUAM e SEE-RJ)
anderson_sribeiro@hotmail.com

 

A poesia de João Cabral de Melo Neto, corpus de nossa dissertação de mestrado em Língua Portuguesa (UERJ), sempre teve um lugar de destaque na literatura brasileira devido à chancela da crítica literária. Autor de uma poesia dita seca e “essencialista” por privilegiar o substancial da realidade, o poeta manipulou a palavra de maneira eficiente, própria, o que caracterizou seu estilo de escrita. Partindo do pressuposto de que é o substantivo o elemento lingüístico por excelência que cria o efeito expressivo na poesia cabralina, verificaremos, neste trabalho, de que maneira a língua cria o efeito estético do texto literário, em especial no poema Uma faca só lâmina (1955). Como fundamentação teórica, ressaltaremos os apontamentos de Othon Moacyr Garcia feitos sobre o fazer poético do poeta pernambucano em artigo presente na (quase) esquecida obra A esfinge clara e outros enigmas (1996).