UMA VISÃO FORMAL E FUNCIONAL
DOS VERBOS IR, VIR, CHEGAR, MORAR

Lúcia Helena Peyroton da Rocha (UFES)
lhpr@terra.com.br
Aline Moraes Oliveira (UFES)
alinekinha@ig.com.br

 

Este trabalho pretende analisar o comportamento de alguns verbos, como ir, vir, chegar, morar, coletados em relatos de opinião. Trabalha-se com uma visão tradicional da transitividade verbal, perpassa-se pela gramática de valências e chega-se ao funcionalismo, que leva em conta a transitividade não como uma propriedade intrínseca do verbo enquanto item lexical, mas como um complexo de dez parâmetros sintático-semânticos independentes, que focalizam diferentes ângulos da transferência da ação em uma porção diferente da oração. Dentro da visão funcionalista, considera-se que a transitividade é uma propriedade escalar, condicionada por fatores sintáticos e semânticos, já que sua gradualidade é ligada às necessidades de expressão dos usuários, dirigida pelos propósitos da comunicação. Dessa forma, existe correlação entre grau de transitividade e relevo discursivo: baixa transitividade se liga a menor relevância e alta transitividade se liga a maior relevância. O principal objetivo é descrever o fenômeno da transitividade a partir dos pressupostos da teoria funcionalista norte-americana. No que se refere à transitividade, Hopper & Thompson (1980) apresentam dez parâmetros sintático-semânticos interdependentes, que focalizam diferentes ângulos da transferência da ação em uma porção diferente da sentença.  Os autores caracterizam esse fenômeno como um continuum. Hopper & Thompson (1980) analisam os graus de transitividade em textos narrativos. No entanto, prevêem sua aplicação em outros gêneros textuais. Desse modo, optou-se pela análise do gênero relato de opinião retirado do corpus Discurso & Gramática - Rio de Janeiro.